Novos Vencimentos do Tesouro Direto: O Que Mudou

E Como Isso Afeta Seu Bolso

Quem acompanha o mercado de investimentos já deve ter percebido: volta e meia, o Tesouro Direto atualiza os vencimentos dos seus títulos.
E muita gente se pergunta: “Mas por que eles fazem isso?”

A resposta é simples… e crucial para quem quer investir de maneira inteligente, pagando menos imposto e aproveitando melhor as oportunidades.

Vamos entender o que está acontecendo?

O que acontece quando um título do Tesouro vence?

Quando você investe em um título público, como o Tesouro Prefixado ou o Tesouro IPCA+, ele tem uma data de vencimento definida.
Chegando nessa data, seu dinheiro é resgatado automaticamente, a aplicação é encerrada — e o Imposto de Renda é cobrado.

E aqui vem um ponto importante:
A alíquota de Imposto de Renda é menor quanto mais tempo você ficar investido.

  • Até 180 dias → 22,5%
  • De 181 a 360 dias → 20%
  • De 361 a 720 dias → 17,5%
  • Acima de 720 dias → 15% (a menor possível)

Ou seja: quanto mais tempo seu dinheiro fica aplicado, menos imposto você paga.

Agora imagine: se você investe em um título que vence em menos de dois anos, você já sabe de cara que não vai conseguir aproveitar a menor alíquota. Vai pagar mais imposto do que poderia — simplesmente por não ter olhado esse detalhe.

Por que o Tesouro Direto muda os vencimentos?

O principal motivo para essas mudanças é justamente evitar que muitos investidores caiam nessa armadilha sem perceber.

Recentemente, por exemplo:

  • O Tesouro Prefixado 2027 e o Tesouro Selic 2027 estavam chegando perto da linha dos dois anos de vencimento.
  • Se você comprasse agora, não teria tempo suficiente para alcançar a menor alíquota de IR.
  • Então, o Tesouro substituiu esses vencimentos por títulos novos: Prefixado 2028, Selic 2028 e novos vencimentos mais longos no IPCA+.

Assim, quem investe agora tem mais tempo de maturação e a chance real de pagar menos imposto lá na frente.

Existe uma outra alteração que ocorre por regras pré estabelecidas pelo Tesouro, como é o caso dos títulos IPCA+, o tesouro direto a cada 5 anos revisa a disponibilidade desses títulos para sempre manter um título com vencimento entre 25 a 20 anos.

Foi por conta desta regra que vimos o Tesouro IPCA+ 2045 saindo do rol de negociação e o Tesouro IPCA+ 2050 entrando em seu lugar.

Eu não duvido que daqui a mais 5 anos o IPCA+ 2045 volte como título com prazo de vencimento intermediário, vamos ver mais para frente.

E quem já tinha o título antigo?

Fica tranquilo: se você já investiu em um título antigo, não precisa fazer nada.
Você pode:

  • Levar até o vencimento e receber o que foi combinado (com a alíquota de IR que se aplicar no seu caso).
  • Vender antes, se for necessário, pelo preço de mercado (lembrando sempre da marcação a mercado).

A mudança só afeta novos aportes.

Em resumo:

  • Sempre que for investir, confira o prazo até o vencimento.
  • Se faltar menos de 2 anos, você pode acabar pagando mais imposto do que o necessário.
  • Prefira títulos que te permitam alcançar a menor alíquota de IR (15%).
  • Fique atento: o Tesouro faz essas mudanças justamente para proteger os investidores mais atentos.


Quem é o professor De Matos

Sou apaixonado por investimentos e finanças pessoais.

Um profissional do mercado financeiro desde 2013, certificado pela Anbima (CEA) e Apimec (CNPI-P), como especialista em investimentos e analista de mercado, respectivamente.

Meu maior objetivo é ajudar pessoas a investirem de forma independente, garantindo a prosperidade financeira. Sempre lucrando e alcançando seus objetivos pessoais.

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