(Mesmo em Tempos Instáveis)
Você já imaginou investir com uma promessa clara de retorno… e, mesmo assim, ver seu investimento cair?
Parece estranho, né?
Mas é justamente isso que confunde muita gente quando começa a investir em renda fixa. Sim, renda fixa. Aquela que, teoricamente, não deveria assustar ninguém.
No entanto, existe um detalhe técnico, mas extremamente importante, que separa quem investe com consciência de quem se frustra com o sobe e desce dos números: a tal da marcação a mercado.
Marcação a mercado: o que é e quando ela importa
Vamos descomplicar isso.
Se você compra um título do Tesouro e segura ele até o vencimento, é como se dissesse: “Amigo, vou até o fim com você. Não importa o que aconteça no caminho.”
Nesse caso, tudo certo. Você vai receber exatamente a rentabilidade prometida no dia em que escolheu o investimento. O gráfico pode até fazer umas curvas no meio, mas lá na frente, o destino é certo.
Agora… se você resolve sair antes do prazo, entra em cena a marcação a mercado. Ou seja, o valor do seu título pode oscilar. Pra cima ou pra baixo.
E é aí que o jogo muda. E onde muitos investidores, sem entender, se desesperam.
O que influencia esse sobe e desce?
Basicamente: a taxa de juros do mercado.
Se você comprou um título IPCA+ pagando 7,78%, e amanhã o mercado começa a pagar 8,5% pelos mesmos títulos… adivinha? O seu, que tem uma taxa menor, vale menos.
Mas calma. Isso só importa se você quiser vender antes. Se for até o vencimento, é como se nada disso tivesse acontecido.
Simulação prática: como enxergar isso no bolso
No vídeo, foi feita uma simulação com um título IPCA+ que, somando a inflação do período (vamos supor 5,5%), rende 13,71% ao ano.
Agora, imagine investir R$ 10.000. Com essa taxa composta ano a ano (sim, porque os juros são capitalizados), o valor final após 5 anos pode chegar perto dos R$ 17.128 líquidos, já descontando imposto de renda e a taxa da B3.
E o mais curioso: a tal taxa da B3 que tanta gente teme… representa pouco mais de R$ 156 nesse cenário.
Ou seja: o problema não é a taxa, é não entender o que se está fazendo.
A diferença entre preço real e preço teórico
No Tesouro Direto, existe uma forma muito clara de acompanhar os dois cenários:
- Preço teórico: é quanto seu título “deveria” estar valendo, se tudo seguir o planejado até o vencimento. É a curva tranquila.
- Preço real: é quanto ele vale hoje, se você quiser vender. É o que considera a marcação a mercado.
Saber disso muda a forma como você olha para seus investimentos. Em vez de agir por impulso, você começa a tomar decisões com base no seu plano — e não no movimento do mercado.
Em resumo:
E sim, existem técnicas (como a escolha consciente do vencimento e do tipo de título) que te protegem de perder dinheiro — mesmo em cenários incertos.
Se você vai até o vencimento, esquece o sobe e desce. O combinado está garantido.
Se pensa em vender antes, precisa entender a lógica da marcação a mercado.
A renda fixa é segura, desde que você saiba como ela funciona.
Quem é o professor De Matos
Sou apaixonado por investimentos e finanças pessoais.
Um profissional do mercado financeiro desde 2013, certificado pela Anbima (CEA) e Apimec (CNPI-P), como especialista em investimentos e analista de mercado, respectivamente.
Meu maior objetivo é ajudar pessoas a investirem de forma independente, garantindo a prosperidade financeira. Sempre lucrando e alcançando seus objetivos pessoais.
Saiba mais aqui: https://dematosensina.com.br