No mundo dos investimentos, é natural querer sempre mais.
Mais rentabilidade, mais retorno, mais resultado.
Mas será que buscar rendimentos sempre acima de 100% do CDI, sem entender o que está por trás, é uma escolha segura?
Hoje vamos abrir essa reflexão com calma, para te ajudar a tomar decisões que realmente favoreçam você — e não apenas alguém que está do outro lado da negociação.
Todo investimento é um equilíbrio entre três fatores
Antes de qualquer escolha, todo investidor deveria sempre lembrar do tripé dos investimentos:
- Rentabilidade: quanto posso ganhar?
- Segurança: qual o risco de perder meu dinheiro?
- Liquidez: em quanto tempo posso resgatar?
Não existe investimento que ofereça tudo de melhor ao mesmo tempo.
Sempre que uma ponta é favorecida (mais rentabilidade, por exemplo), outra ponta é sacrificada (como segurança ou liquidez).
Esse é o famoso “não existe almoço grátis” no mercado financeiro.
Quando parece bom demais para ser verdade…
Imagine que você encontra um CDB ou uma aplicação prometendo 120%, 125% do CDI.
Enquanto isso, o Tesouro Selic — considerado o investimento mais seguro do país — paga 100% do CDI.
Por que alguém pagaria mais?
Porque, inevitavelmente, há mais risco envolvido:
- Você não está emprestando para o Tesouro Nacional (dono da moeda).
- Está emprestando para um banco ou financeira que precisa ser mais atraente para captar dinheiro.
- E mesmo que tenha FGC (Fundo Garantidor de Créditos), em cenários extremos, o FGC somente cobre perto de 3% de todos recursos que ele dá a garantia.
Ou seja, a rentabilidade maior quase sempre é o preço do risco maior.
A falsa sensação de segurança
“Mas eu tenho garantia do FGC!”
Ok, o FGC existe. Mas ele é um seguro privado, e como todo seguro, tem limites.
- Se muitos bancos quebrarem de uma vez só (em um cenário extremo de crise), o FGC não teria dinheiro para salvar todos.
- Ele foi feito para cobrir casos isolados, não para segurar uma crise sistêmica.
É como ter seguro de carro: excelente, mas torcemos para nunca precisar usar. E da mesma forma que um seguro de carro, não pode ser o principal fator na sua decisão sobre investir ou não.
Então não devo buscar mais de 100% do CDI?
Não é isso.
O ponto é: entenda o que você está fazendo.
- Se for para investir em algo que paga mais que o CDI, saiba que está assumindo um risco adicional.
- Escolha conscientemente, não levado apenas pela promessa de ganho.
- E lembre-se sempre de olhar liquidez, vencimento, segurança real… não apenas o número de rentabilidade.
No Tesouro Direto, por exemplo, você tem liquidez diária e segurança soberana — sem precisar se preocupar se o pagador terá dinheiro.
Por isso, para uma parte importante do seu patrimônio, priorizar segurança pode ser a estratégia mais inteligente.
Em resumo:
- Rentabilidade alta não vem de graça: sempre existe um motivo.
- Em investimentos, desconfie do que parece ser “bom demais” sem entender o risco.
- Conhecimento é o que diferencia o investidor que cresce de quem acaba frustrado.
Investir bem é saber que às vezes, o caminho mais sólido é aquele que parece menos emocionante no começo — mas que, no fim, te leva mais longe.
Quem é o professor De Matos
Sou apaixonado por investimentos e finanças pessoais.
Um profissional do mercado financeiro desde 2013, certificado pela Anbima (CEA) e Apimec (CNPI-P), como especialista em investimentos e analista de mercado, respectivamente.
Meu maior objetivo é ajudar pessoas a investirem de forma independente, garantindo a prosperidade financeira. Sempre lucrando e alcançando seus objetivos pessoais.
Saiba mais aqui: https://dematosensina.com.br